O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vai anunciar, nesta quarta-feira, sua decisão sobre a taxa Selic, e a expectativa do mercado é de que ela permaneça em 15%.
Mesmo com pressões do governo e falas quase diárias do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre cortes de juros, a aposta é que a autoridade monetária mantenha a política monetária conservadora neste momento.
O foco do mercado está na comunicação do Copom e nas projeções de inflação, pois os investidores tentam entender quando o ciclo de redução da Selic deve começar.
Quando a Selic pode começar a cair?
Segundo uma pesquisa do Valor, realizada com 120 instituições financeiras e consultorias, a maioria dos economistas aponta que o início da redução da Selic deve ocorrer em janeiro de 2026.
No entanto, já cresce a expectativa de que os cortes possam começar em março, e apenas uma pequena parte do mercado ainda considera a possibilidade de um corte em dezembro deste ano.
Portanto, embora haja pressão por redução de juros, a decisão imediata tende a ser de estabilidade, com atenção às mensagens e sinais do Copom.
Projeções de inflação e o IPCA
A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é um dos principais fatores que influenciam a decisão do Copom.
Em setembro, o Banco Central ajustou suas projeções para o hiato do produto, resultando em uma estimativa de 3,4% para o IPCA no segundo trimestre de 2027, acima do esperado pelo mercado.
Atualmente, a expectativa é de que o número fique entre 3,2% e 3,3%, mas o Itaú alerta que pode permanecer em 3,4% se forem considerados os impactos das mudanças no Imposto de Renda.Como o Copom caracteriza a inflação?
Contudo segundo Cassiana Fernandez, economista do J.P. Morgan, será essencial observar quanto de progresso qualitativo o BC reconhecerá no comunicado.
Ela destaca que a economia apresenta sinais de fraqueza, e que tanto o núcleo do IPCA quanto o de serviços mostram uma desaceleração gradual. Além disso, as expectativas de inflação para este ano e para os próximos três anos caíram, e os preços das commodities recuaram.
Se o BC não reconhecer esse progresso, pois especialmente nas suas projeções, isso pode sinalizar que cortes de juros em dezembro dificilmente ocorrerão.
O que significa “bastante prolongado”?
Outro ponto que chama atenção é a sinalização do Copom de que a Selic permanecerá em 15% por um período “bastante prolongado”.
A maior parte do mercado não espera mudanças nesse trecho da comunicação, mas eventuais ajustes podem gerar debates sobre o ritmo e o momento dos cortes.

Impactos para investidores e economia
Manter a Selic em 15% tem algumas consequências práticas:
- Investidores: títulos de renda fixa continuam atraentes, mas há pressão sobre ações e crédito.
- Crédito: empréstimos e financiamentos permanecem caros, o que pode reduzir o consumo.
- Inflação: ao manter a taxa alta, o BC busca garantir que a inflação fique dentro da meta.
Para quem investe, isso significa que a cautela ainda é necessária, e que as apostas devem considerar o momento em que o ciclo de cortes realmente começará. Se você quer aprender a proteger seu dinheiro da inflação enquanto espera a Selic cair, confira nosso guia completo aqui
Conclusão
O Copom deve manter a Selic em 15% nesta quarta-feira, mesmo diante de pressões do governo por cortes. O mercado estará atento à comunicação do BC e às projeções de inflação, que definirão o momento certo para o início do ciclo de redução de juros.
Para investidores e cidadãos, entender esses movimentos é essencial para planejar investimentos, financiamentos e consumo, aproveitando oportunidades e evitando surpresas.
Manter a Selic estável ainda é a estratégia do Banco Central para garantir controle da inflação e uma política monetária segura, mesmo em tempos de pressão por redução de juros.
FAQ – Copom Selic 15% quando vai cair
A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo Copom, que influencia todos os juros cobrados no país, de financiamentos a empréstimos.
Reduzir a Selic ajuda a estimular a economia, diminuindo os custos de crédito, incentivando o consumo e investimentos.
Segundo projeções de mercado, os cortes devem começar entre janeiro e março de 2026, mas ainda depende da inflação e sinais econômicos.
Quanto maior a Selic, maior o rendimento de investimentos em renda fixa. Já para ações, juros altos podem reduzir a atratividade.
A Selic serve como referência para todos os juros da economia. Quando a taxa está alta, bancos cobram mais nos empréstimos e financiamentos, encarecendo o crédito para consumidores e empresas.
A Selic só tende a cair se a inflação estiver controlada e a economia mostrar sinais de crescimento sustentável. Se o Banco Central perceber que a inflação está abaixo da meta, os cortes podem ser acelerados.
Aviso Importante: As informações contidas neste artigo têm fins educativos e informativos e não constituem recomendação de investimento. Antes de tomar qualquer decisão financeira, consulte um profissional qualificado. A economia e a política monetária estão sujeitas a mudanças, e os resultados podem variar.
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