Vino11 vale a pena? Análise de cotação, dividendos e riscos

O Vino11 vale a pena? (Vinci Offices) é um fundo imobiliário que vem gerando controvérsia no mercado. Muitos o consideram uma verdadeira aposta arriscada entre os FIIs, devido à sua alta alavancagem e endividamento, que resultaram em uma queda significativa tanto na cotação quanto nos rendimentos ao longo dos anos. Mas será que isso significa que ele é uma oportunidade de compra? Ou é melhor ficar longe dele?

Neste artigo, vamos analisar os dados atualizados, revisar seu desempenho nos últimos meses e entender se, de fato, o Vino11 é um bom investimento ou apenas uma cilada.


Análise do Vino11: Cotação e dividend yield


Cotação atual do Vino11: O que esta acontecendo?

O Vino11, que já chegou a ser negociado a preços muito superiores ao seu valor atual, hoje está cotado a R$ 5,03, representando metade do seu preço justo, que é estimado em R$ 10,24. Isso significa que, apesar de parecer uma boa oportunidade de compra com a cotação tão baixa, o fundo tem enfrentado uma forte desvalorização.

  • P sobre VP (Preço sobre Valor Patrimonial): Atualmente, o fundo apresenta um P sobre VP de 0,49, o que indica que está sendo negociado a menos da metade do valor do seu patrimônio.
  • Dividend Yield: O Dividend Yield anualizado do Vino11 é de 12,70%, um índice considerável, mas que foi impulsionado pela queda da cotação das cotas, e não por um aumento real nos rendimentos.

Porém, é importante entender que esse Dividend Yield mais alto não necessariamente reflete uma boa saúde financeira do fundo. A queda da cotação fez com que a rentabilidade parecesse mais atraente, mas o fundo está enfrentando desafios significativos para manter esse patamar.


A liquidez e o histórico de rentabilidade do Vino11

A liquidez do Vino11 é classificada como mediana, com uma média de negociação de cerca de R$ 500 mil. Isso significa que, embora ainda haja investidores interessados, a demanda não é tão forte quanto a de outros fundos imobiliários. Além disso, a base de investidores do fundo está na casa dos 145 mil cotistas, o que mostra que, apesar dos riscos, há uma quantidade significativa de pessoas mantendo suas apostas nesse fundo.

Pessoa analisando rentabilidade e dividendos do fundo imobiliário Vino11.



Histórico de dividendos: A queda constante

Nos últimos anos, os dividendos pagos pelo Vino11 apresentaram uma queda consistente:

  • Em 2022, os rendimentos caíram de R$ 0,07 para R$ 0,06 por cota.
  • Em 2023 e 2024, o valor continuou a cair, com o fundo pagando apenas R$ 0,05 em cada período.
  • Em 2025 até fechamento deste artigo seu rendimento se mantem estável, R$ 0,05 por cota.

Esse histórico de queda nos dividendos é um alerta vermelho para qualquer investidor, já que os fundos imobiliários devem manter uma consistência nos pagamentos para atrair e manter investidores.


Relatório gerencial de Julho de 2025: O que está acontecendo no fundo?

Os relatórios gerenciais são essenciais para entender a evolução do fundo. Se você deseja acessar os últimos dados financeiros do Vino11, incluindo o relatório de resultados, pode conferir diretamente no site oficial da Vinci Fundos.

O relatório gerencial de julho de 2025 mostra que o Vino11 gerou um resultado de R$ 0,05 por cota, mas distribuiu R$ 0,085 por cota aos investidores. Esse pagamento foi possível graças a reservas acumuladas de R$ 0,175 por cota, que vêm sendo usadas para manter o patamar de rendimentos.


Resultado não recorrente: O que isso significa?

Uma parte significativa desse resultado acumulado vem da venda de um ativo, o que, em essência, não representa uma receita recorrente. Ou seja, o fundo está utilizando vendas de ativos para pagar dividendos, o que pode indicar uma falta de geração contínua de caixa.

Em resumo, embora o Vino11 ainda consiga manter o pagamento de dividendos, essa prática de usar resultados não recorrentes para manter os rendimentos é uma estratégia insustentável a longo prazo.


A situação financeira do Vino11: O que está acontecendo com a dívida?

O Vino11 tem um patrimônio de R$ 847 milhões, mas a sua dívida total é de R$ 465 milhões. Isso representa uma alavancagem bastante elevada para um fundo de porte médio. A dívida é um fator de risco importante, pois o fundo precisa gerar recursos de seus aluguéis e vendas de ativos para pagar essa dívida.

Investidores que questionam se o Vino11 vale a pena devem considerar outros fundos imobiliários, como o Gare11, que têm estratégias diferentes de alavancagem. Um exemplo é o Gare11, que possui uma estratégia de alavancagem diferente. Se você está analisando opções de investimento, confira nossa análise completa do Fundo Gare11 para comparar.

As despesas financeiras com juros chegam a quase R$ 3,5 milhões por mês, o que compromete uma boa parte dos rendimentos. Para complicar ainda mais, o fundo tem obrigações de amortizações de R$ 9,7 milhões para o ano de 2025. Esse valor, junto com a necessidade de manter a reserva de caixa, gera um panorama financeiro desafiador.

Investir em fundos imobiliários como o Vino11 exige uma compreensão sólida dos riscos envolvidos, como a alavancagem e a volatilidade no mercado de imóveis. Se você ainda está aprendendo sobre o mercado de FIIs ou quer entender melhor as estratégias de investimento, consulte este guia sobre como começar a investir em FIIs.

Investidor preocupado com os riscos de alta alavancagem no Vino11 fundo imobiliário.

A necessidade de vendas de imóveis para pagar dívidas

O grande problema do Vino11 é que ele tem usado a venda de ativos para pagar dívidas e manter os rendimentos. Isso não é algo positivo para os investidores, pois, ao vender imóveis para pagar dívidas, o fundo perde parte de seu portfólio, o que afeta sua capacidade de gerar receita passiva e potenciais ganhos de capital futuros.


A perspectiva de rentabilidade para os próximos meses

A gestão do Vino11 já alertou que, nos próximos meses, o patamar mínimo de dividendos será de R$ 0,045 por cota, com o máximo atingindo R$ 0,055 por cota. Ou seja, o valor pago aos investidores vai se manter baixo, sem grandes perspectivas de crescimento nos rendimentos.

Taxa de ocupação e aluguéis

O fundo apresenta uma taxa de ocupação de 92%, o que é relativamente bom, mas comparado ao ano passado, essa taxa caiu 5%, indicando um desgaste na performance dos imóveis.

Além disso, o aluguel médio do Vino11 é de R$ 78/m², o que está abaixo da média do mercado (que gira em torno de R$ 115/m²). Esse é outro ponto que deve ser observado, já que a rentabilidade por imóvel está aquém da média.


Conclusão: Vino11 – Oportunidade ou Cilada?

Apesar de seu preço atrativo e de um Dividend Yield aparentemente alto, o Vino11 apresenta sérios riscos devido à sua alta alavancagem, queda contínua nos dividendos e necessidade de vender ativos para gerar caixa. A falta de sustentabilidade nos rendimentos e o uso de resultados não recorrentes indicam que o fundo pode não ser a melhor escolha para investidores que buscam estabilidade e rentabilidade consistente.

Investidor preocupado com os riscos de alta alavancagem no Vino11 fundo imobiliário.


Iniciar no mercado de FIIs pode ser desafiador, mas se você está se perguntando se o Vino11 vale a pena, é essencial compreender sua situação financeira e os riscos envolvidos. Se você está considerando investir no Vino11, é fundamental entender os riscos elevados e as possíveis dificuldades futuras que o fundo poderá enfrentar. Para muitos investidores, essa pode ser uma cilada, e não uma oportunidade de ganho.


FAQ – Vino11

O Vino11 está em risco de falência?

Não se trata de risco iminente de falência, mas o fundo enfrenta dificuldades financeiras, como alta alavancagem e necessidade de vender ativos para gerar caixa.

O Dividend Yield do Vino11 é sustentável?

Não. O Dividend Yield atual é impulsionado pela venda de ativos e reservas acumuladas, o que não é uma estratégia sustentável a longo prazo.

Qual é o preço justo para o Vino11?

Vale a pena preço justo do Vino11 é estimado em R$ 10,24, o que representa uma grande diferença em relação à cotação atual de R$ 5,03.

O Vino11 pode recuperar sua rentabilidade no futuro?

É possível, mas a alta alavancagem e a queda nos rendimentos fazem com que a recuperação seja improvável no curto e médio prazos.

Aviso importante: As informações fornecidas neste artigo são para fins educativos e informativos somente. As opiniões e análises aqui expressas não constituem recomendações de investimento.

Antes de tomar qualquer decisão de investimento, é essencial realizar sua própria pesquisa ou consultar um profissional financeiro qualificado. O desempenho passado de um fundo imobiliário não é garantia de resultados futuros. O investimento em fundos imobiliários envolve riscos, incluindo a perda de capital.

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Confira nossos artigos completo para começar a investir e faça as escolhas certas para o seu futuro financeiro!”

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Eduardo Santos

É economista e analista de sistemas com ampla experiência no mercado financeiro. Com uma sólida formação acadêmica em economia e expertise em tecnologia, dedica-se a compartilhar conteúdo estratégico e educativo sobre investimentos. Seu objetivo é proporcionar uma abordagem clara e fundamentada para tomar decisões financeiras mais assertivas e confiantes.

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As informações deste blog são apenas para fins educativos e não constituem aconselhamento financeiro. O autor não se responsabiliza por decisões tomadas com base no conteúdo. Recomenda-se consultar um profissional qualificado antes de agir, pois investimentos envolvem riscos e resultados passados não garantem retornos futuros.

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