Surpreendente: em 2024 apenas 37% da população aplicava em produtos financeiros — quase o mesmo de 2023.
Isso mostra que, apesar do avanço do mercado e das plataformas digitais, muitas pessoas seguem com a poupança como primeira opção.
Você verá que a pesquisa aponta motivos claros: segurança percebida e facilidade de resgate.
Mas também há frustração com baixo retorno e liquidez lenta em diversos produtos.
O contexto muda a cada ano: variação de juros, inflação e comunicação das instituições influenciam sua confiança em tirar dinheiro da conta e buscar investimentos alternativos.
Na prática, a bolsa e soluções digitais disputam espaço com hábitos antigos.
Este relatório reúne dados, exemplos e caminhos para você entender riscos e oportunidades.
Principais conclusões
- 37% da população investia em 2024, com tendência de crescimento projetada para 2025.
- A poupança domina por ser vista como segura e simples.
- Baixo retorno e resgates demorados desestimulam novas aplicações.
- Juros, inflação e comunicação do mercado moldam sua disposição para investir.
- Com informação e experiência, você pode alinhar investimento a metas pessoais.
Retrato atual do investidor no Brasil: dados, produtos e tendências do mercado
Dados recentes revelam onde a maior parte do dinheiro do país está concentrada.
Em 2024, apenas 37% da população aplicava em produtos financeiros — leve alta frente a 36% em 2023. A pesquisa mostra concentração por renda: 55% nas classes A/B, 38% na C e 20% nas D/E.

A poupança segue na frente: usada por 25% da população e por 68% dos investidores, com queda pequena entre 2023 e 2024. Outros produtos aparecem assim na adesão: títulos privados (5% total; 13% entre investidores), fundos (4%; 12%), moedas digitais (4%; 10%) e ações (2%; 7%).
As motivações refletem metas concretas: 33% querem comprar imóvel, 20% preferem manter aplicado e o restante mira viagens, carro ou aposentadoria.
Projeção para este ano
Neste ano, a expectativa é de entrada líquida de 8 milhões de novos investidores. Isso elevaria a participação para cerca de 41% do universo. Em suma, há apetite — desde que o acesso seja simples e as expectativas do mercado sejam bem comunicadas.
Baixa taxa de investimento no PIB: como o ambiente macro afeta suas escolhas
A baixa taxa de investimento do país molda o cenário onde suas decisões financeiras acontecem. A projeção indica 15% a 16% do PIB até 2029, um dos piores níveis entre cerca de 170 países, segundo pesquisa.

Poupança doméstica baixa e menos recursos para investimento
A poupança interna insuficiente reduz o volume de dinheiro disponível para financiar projetos. Isso limita crédito de longo prazo e dificulta expansão de capacidade.
Câmbio depreciado, importação de bens de capital e o peso do rating
Com câmbio mais fraco — influenciado por fiscal e rating — importar máquinas fica caro. Empresas atrasam modernização e produtividade cai.
Carga tributária, ICMS “em cima de imposto” e impacto nas empresas
A tributação complexa e a incidência de ICMS sobre o imposto de importação encarecem equipamentos. Mesmo com reforma tributária, o efeito só melhora se houver ajuste de gasto público.
Fiscal, dívida e juros altos: por que o custo do dinheiro desestimula investimentos
Juros elevados aumentam o custo do capital. Assim, projetos privados perdem atratividade e parte do capital busca liquidez, reforçando o apelo da poupança.
- Impacto prático: mercado mais restrito limita retorno esperado e inovação.
- Sem disciplina fiscal, o Estado investe menos e milhões pessoas sentem a desaceleração.
Comportamento do investidor pessoa física: cripto cresce, bolsa fica atrás
A movimentação recente nas carteiras revela preferência por ativos digitais em vez da bolsa. Cerca de 15% da população atua em criptoativos, enquanto apenas 6% têm ações na B3. No fim de 2024 havia ~5,3 milhões de pessoas físicas em ações.
Por que 15% investem em cripto e apenas 6% têm ações na B3
Cripto avança por oferecer onboarding simples, linguagem direta e entrada com valores baixos via Pix. A experiência móvel é fluida e baixa a barreira da primeira vez.
Apostas esportivas, “ganhar dinheiro rápido” e a competição pela sua atenção
Entre jan‑jul de 2025, mais de 25 milhões iniciaram apostas online; em cinco anos, somam 52 milhões. Essas plataformas e as cripto usam gamificação e fricção quase zero para captar seu interesse por dinheiro rápido.
- Prático: produtos com onboarding suave convertem melhor.
- O contraste com os EUA — onde metade das famílias tem exposição à bolsa — mostra espaço para normalizar participação em ações.
- Sua tarefa é separar hype de fundamento e testar ativos com regras claras.
Por que os brasileiros investem pouco
Para entender a relutância é preciso separar percepção de vantagem e experiência real. A pesquisa ANBIMA/Datafolha mostra que muitos valorizam segurança e retorno. Ainda assim, relatam baixo rendimento líquido e resgate demorado.
Motivos declarados versus resultados
Você busca segurança e ganho, mas enfrenta produtos que exigem prazos longos e entregam pouco rendimento final.
Preferência por liquidez e memórias de instabilidade
Ter liquidez é racional após anos de inflação alta e mudanças de regras. Essas memórias moldam sua tolerância ao risco.
Acesso, comunicação e UX importam
Educação financeira ajuda, mas não basta. Processos confusos, linguagem técnica e experiência ruim travam decisões.
Barreiras estruturais
Juros altos tornam opções conservadoras mais atraentes. Tributação, ICMS em importações e câmbio fraco encarecem capital para empresas e pessoas.
- Renda limitada reduz frequência de aportes e freia formação de patrimônio.
- Parte da solução exige produtos claros, metas alinhadas e resgate previsível.
- Ao melhorar UX e comunicação, o mercado amplia inclusão e valor percebido.
Oportunidades para destravar investimentos: acesso, produtos e boas histórias
A boa notícia é que mudanças na experiência e histórias reais podem converter curiosos em investidores. Em 2025, a projeção de oito milhões de novos investidores deve elevar participação para ~41% da população.
Redesenhando o onboarding
Onboarding simples faz diferença: cadastro rápido, linguagem clara e ticket inicial baixo. Começar com poucos cliques, como num Pix, reduz fricção e aumenta adesão.
Casos que conectam
O “pedacinho” do Nubank é um bom exemplo de acesso simbólico que engajou milhões pessoas. Listagens de Nuvini, XP, Nubank, Inter&Co, PagSeguro, StoneCo e Zenvia na Nasdaq ampliam opções.
O ETF de Solana pela Hashdex com BTG Pactual reforça inovação local e mostra caminhos para diversificar entre ações e cripto.
Do curto para o longo prazo
Para migrar da poupança à bolsa, comece com aportes pequenos, ETFs e Tesouro. Automatize contribuições e defina metas.
- Prático: produtos curados ajudam a reduzir erro de escolha.
- Disciplina: contribuições periódicas e revisão anual de carteira.
- Confiança: exemplos reais reduzem medo e aumentam permanência no mercado.
Conclusão
A leitura dos números revela uma oportunidade real para ampliar participação. Em 2024, 37% da população investia; a projeção aponta 41% em 2025, com saldo líquido de oito milhões de novos investidores.
A poupança segue dominante, 15% aplicam em cripto e só 6% têm ações. Fatores macro — fiscal, juros, câmbio e tributos — e micro — acesso, UX e linguagem — moldam escolhas.
Para você que quer avançar, foque no controlável: diversificação gradual, aportes automáticos, educação contínua e avaliação honesta de risco. Um bom investimento nasce da disciplina e da experiência.
Com melhorias na experiência e comunicação, mais brasileiros entram e ficam. Esta é a sua vez de transformar intenção em ação e fazer seus investimentos trabalharem por você.
FAQ
Por que a parcela de investidores no país ainda é baixa?
Você enfrenta uma combinação de fatores: pouca poupança doméstica, juros altos que favorecem aplicações conservadoras, carga tributária elevada e lembranças de crises. Além disso, acesso limitado a produtos financeiros e comunicação complexa afastam quem poderia começar a investir.
Como é o perfil atual do investidor brasileiro segundo pesquisas?
Hoje cerca de 37% da população participa do mercado financeiro, com maior concentração nas classes A/B. Produtos tradicionais dominam, mas há crescimento em cripto e fundos. Renda, escolaridade e acesso digital explicam boa parte dessa distribuição.
Por que a poupança ainda lidera entre suas opções?
A poupança aparece como escolha por oferecer liquidez, facilidade e sensação de segurança. Para muitos, a simplicidade supera o potencial de retorno superior de outros ativos, especialmente quando a experiência com investimentos é limitada.
De que forma a renda e a classe social impactam suas escolhas de investimento?
Renda maior amplia acesso a produtos sofisticados e a capacidade de assumir risco. Quem está nas classes D/E tende a priorizar liquidez e proteção imediata, enquanto nas classes A/B há mais participação em renda variável e fundos.
Como o ambiente macroeconômico influencia a taxa de investimento do país?
Juros elevados, dívida pública robusta e incerteza fiscal encarecem o capital e desestimulam empresas e investidores. Câmbio flutuante e tributação complexa também reduzem a atratividade de investimentos produtivos.
Por que tão pouca gente investe em ações comparado a cripto?
Ações exigem entendimento de empresas, análise e horizonte longo; já cripto atrai por promessas de ganhos rápidos e facilidade de acesso via aplicativos. Falta de educação financeira e UX de plataformas para bolsa também contribui.
A baixa educação financeira é a principal causa do baixo investimento?
Não é a única. Educação ajuda, mas também faltam produtos acessíveis, comunicação clara e processos simples de onboarding. Melhorar experiência do usuário e oferecer histórias de sucesso reais também é crucial.
Como juros altos afetam suas decisões como investidor?
Juros altos tornam alternativas conservadoras mais atraentes e elevam o custo de capital para empresas, reduzindo oportunidades de investimento que gerem crescimento e empregos.
Quais barreiras estruturais impedem você de migrar da poupança para outros ativos?
Barreiras comuns incluem falta de confiança, burocracia, tributação pouco clara, custos de corretagem percebidos e medo de perder liquidez. Processos pouco amigáveis também desencorajam a mudança.
Que oportunidades existem para aumentar sua participação no mercado financeiro?
Simplificar onboarding, oferecer produtos com exposição fracionada (ETFs, frações de ações), comunicação clara sobre riscos e vantagens e casos reais de empresas listadas podem atrair novos investidores.
Como você pode começar a investir com segurança e baixo risco?
Priorize educação básica, defina objetivos, monte reserva de emergência e escolha produtos adequados ao seu horizonte. Considere fundos de curto prazo, títulos atrelados à inflação e ETFs antes de entrar em renda variável.
A tecnologia e fintechs ajudam a resolver o problema da baixa participação?
Sim. Fintechs melhoram UX, reduzem custos e permitem investimento fracionado. Exemplos de casos de sucesso atraem atenção e confiança, tornando mais fácil para você começar com quantias pequenas.








