As fraudes digitais desafiam o sistema financeiro como nunca antes — e o cenário tem se tornado ainda mais preocupante com o uso de inteligência artificial por parte dos criminosos. Segundo um levantamento recente da Quod, feito a pedido do Valor Econômico, o número de fraudes e tentativas de fraudes subiu 12,88% no primeiro semestre de 2025, comparado ao mesmo período do ano anterior.
Só em abril, os registros de fraudes mais que dobraram: passaram de 180 mil para 377 mil. Isso acendeu o alerta em todo o setor financeiro, do Banco Central a bancos, passando por empresas de tecnologia e até órgãos do governo.

📈 Crescimento das fraudes: por que está acontecendo?
A verdade é que os crimes digitais estão evoluindo rápido. E boa parte disso tem a ver com a popularização da IA (inteligência artificial). Antigamente, para aplicar um golpe digital, era preciso ter um bom conhecimento técnico. Hoje, com poucos cliques e perguntas feitas a uma IA, qualquer pessoa mal-intencionada consegue criar fraudes cada vez mais sofisticadas.
E tem mais: especialistas da empresa Netscout identificaram ataques coordenados onde os golpistas mudam a forma de atacar a cada poucos segundos — em alguns casos, usando até 24 vetores de ataque diferentes em menos de um minuto.
🔒 O que está sendo feito para combater os golpes?
1. Aliança nacional de combate a fraudes
Em resposta à ameaça crescente, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a Febraban criaram a Aliança Nacional de Combate a Fraudes Bancárias e Digitais.
Essa iniciativa une bancos, empresas privadas e órgãos públicos com o objetivo de:
- Melhorar a comunicação e cooperação entre as instituições;
- Educar a população para evitar cair em golpes;
- Lançar um site com trilhas de conteúdo gratuito;
- Promover 23 iniciativas práticas para prevenção e repressão.
Segundo Marcelo Pimentel, coordenador da Aliança, o foco principal será prevenir, porque os bancos já têm seus próprios mecanismos internos de segurança. Mas o público ainda é muito vulnerável.

2. Ações do Banco Central (BC)
O Banco Central também entrou na jogada. Entre as medidas regulatórias mais recentes estão:
- Registro obrigatório de fraudes em até 24 horas;
- No caso de fraudes via Pix, há o Mecanismo Especial de Devolução (MED), que permite o bloqueio da conta recebedora e a devolução total ou parcial dos valores. Para entender melhor os riscos e o vazamento de dados no Pix em 2025, confira nosso artigo completo sobre vazamento de dados Pix.
- Exigência de políticas claras de segurança e transparência com os clientes;
- Intercâmbio de informações entre instituições sobre fraudes — ainda que sem um modelo fixo.
Apesar disso, o BC não exige tecnologia específica, como firewall ou sistemas X ou Y. Ele deixa que cada instituição escolha suas ferramentas, desde que cumpram os princípios de segurança.
🧩 E os desafios continuam…
Mesmo com esses avanços, ainda há lacunas na regulamentação. Plataformas terceirizadas e parcerias comerciais, por exemplo, não têm regras específicas. O que vale, nesses casos, são os contratos entre empresas. Mas se houver falhas que atinjam os dados de clientes, a responsabilidade pode ser enorme.
Aliás, segundo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), qualquer empresa que sofrer um incidente com dados pessoais precisa comunicar à ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados).
A influência da inteligência artificial nos crimes
De um lado, temos a IA ajudando na vida das pessoas e dos negócios. Pois do outro, criminosos usando a mesma tecnologia para criar golpes cada vez mais rápidos e difíceis de identificar.
Como explica Geraldo Guazzelli, da Netscout, não existe mais um “perímetro” fixo de segurança. As empresas hoje operam com dados espalhados em nuvem, datacenters e servidores locais. Por isso, a proteção precisa ser feita em três frentes:
- Pessoas: treinamento constante dos usuários;
- Processos: regras internas claras e bem definidas;
- Produtos: ferramentas tecnológicas de segurança e monitoramento.
Como você pode se proteger?
A Aliança Nacional vai lançar trilhas de conteúdo para ajudar a população, mas enquanto isso, aqui vão algumas dicas rápidas para se proteger de fraudes digitais:
- Desconfie de mensagens com senso de urgência (ex: “pague agora”, “última chance”);
- Não clique em links suspeitos, mesmo que pareçam vir de fontes confiáveis;
- Use autenticação de dois fatores (2FA) sempre que possível;
- Mantenha seu antivírus e sistemas atualizados;
- Em caso de dúvida, entre em contato diretamente com a instituição financeira.

Conclusão
As fraudes digitais estão em constante mutação. A cada dia, surgem novos golpes, novas estratégias e novas ferramentas para enganar as pessoas. O sistema financeiro já está se mexendo para reagir, mas a prevenção começa com você.
Fique de olho, compartilhe informações com amigos e familiares, e não caia em armadilhas digitais. Portanto a educação é a melhor defesa nesse novo mundo onde a tecnologia é usada tanto para o bem quanto para o mal.
FAQ – Fraudes digitais desafiam sistema financeiro
Fraudes digitais são crimes cometidos por meios eletrônicos, como e-mails, aplicativos e sites falsos, com o objetivo de roubar dinheiro ou dados bancários. No sistema financeiro, essas fraudes envolvem invasão de contas, uso indevido de Pix, clonagem de cartões, entre outros golpes virtuais.
O crescimento das fraudes digitais em 2025 está ligado à popularização da inteligência artificial, que tem sido usada por criminosos para criar golpes mais rápidos, personalizados e difíceis de detectar. Além disso, o uso crescente de meios digitais no dia a dia facilita a ação dos fraudadores.
O Banco Central está exigindo que as instituições financeiras registrem fraudes em até 24 horas e adotem o Mecanismo Especial de Devolução (MED) para casos de fraude via Pix. Além disso, incentiva o compartilhamento de dados entre bancos para rastrear e prevenir crimes.
É uma iniciativa do Ministério da Justiça em parceria com a Febraban, que reúne bancos, empresas e órgãos públicos para combater e prevenir fraudes financeiras. A Aliança também vai oferecer conteúdos educativos para a população aprender a se proteger.
Para se proteger, evite clicar em links suspeitos, ative a autenticação em dois fatores, mantenha seus dispositivos atualizados e nunca forneça dados pessoais por telefone, e-mail ou mensagem. Em caso de dúvida, entre em contato diretamente com seu banco.
Entre em contato com seu banco imediatamente, registre um boletim de ocorrência e acompanhe o processo de devolução via Mecanismo Especial de Devolução (MED), se aplicável. Também é importante notificar a ANPD em caso de vazamento de dados pessoais.
Aviso Importante
As informações apresentadas neste conteúdo têm caráter educativo e informativo, com base em fontes públicas e atualizadas até a data da publicação. O blog Carteira Valorizada não oferece recomendações financeiras, jurídicas ou técnicas personalizadas.
Em casos de suspeita de fraudes digitais ou exposição de dados, recomendamos que você entre em contato diretamente com sua instituição financeira, registre um boletim de ocorrência e busque orientação especializada.
Este conteúdo não substitui aconselhamento profissional.