Banco Central regulamenta mercado de criptoativos no Brasil

O Banco Central (BC) deu um passo importante rumo à regulamentação do mercado de criptoativos no Brasil. Com a publicação de três novas resoluções, pois a autarquia estabeleceu regras claras para as empresas que atuam no setor e definiu quem poderá oferecer serviços de ativos virtuais no país.

Entretanto essa iniciativa marca o início de uma nova fase para o universo das criptomoedas e dos ativos digitais, fortalecendo o avanço da inovação financeira no Brasil — movimento que inclui projetos como o Real Digital (DREX). Além disso, ela traz mais segurança jurídica, transparência e confiança para investidores, empresas e para o próprio sistema financeiro nacional.

Segundo o diretor de Regulação do BC, Gilneu Vivan, o grande desafio foi equilibrar inovação e segurança: “O grande desafio foi equilibrar o incentivo à inovação com a segurança na negociação para o sistema financeiro.”

Por que o Banco Central decidiu regulamentar os criptoativos?

Nos últimos anos, o Brasil viu um crescimento expressivo no número de pessoas investindo em criptomoedas e utilizando ativos virtuais para pagamentos e transferências. Contudo essa popularização chamou a atenção das autoridades, que perceberam a necessidade de criar um ambiente regulado e transparente para evitar fraudes, lavagem de dinheiro e riscos sistêmicos.

De acordo com o BC, os ativos virtuais representam uma grande oportunidade de inovação no sistema financeiro, pois permitem:

  • Gestão descentralizada das transações;
  • Redução de custos nas negociações;
  • Maior transparência;
  • Integração entre diferentes produtos e serviços financeiros;
  • E inclusão financeira, facilitando o acesso a serviços bancários por mais pessoas.

Mas, para aproveitar esses benefícios sem comprometer a estabilidade financeira, era fundamental estabelecer regras claras — e é exatamente isso que as novas resoluções trazem.

Representação do Real Digital DREX e do mercado de criptoativos regulamentado pelo Banco Central do Brasil, com foco em inovação e segurança financeira.


Quais são as novas regras publicadas pelo Banco Central?

O Banco Central publicou três resoluções que entram em vigor em 2 de fevereiro de 2026 e tratam de diferentes aspectos do mercado de ativos virtuais. Mas vamos entender cada uma delas.


1. Resolução nº 519 – Prestação de serviços de ativos virtuais

A Resolução nº 519 define como será a prestação de serviços de ativos virtuais no Brasil e quem poderá atuar nesse mercado.

A partir dela, o BC cria as SPSAVs (Sociedades Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais), que serão responsáveis por intermediar transações com criptomoedas e outros ativos digitais.

Essas sociedades poderão atuar em três categorias:

  • Intermediárias — responsáveis por conectar compradores e vendedores;
  • Custodiantes — que guardam os ativos virtuais dos clientes com segurança;
  • Corretoras de ativos virtuais — que realizam operações de compra e venda.

O texto também estende às SPSAVs todas as normas de proteção ao consumidor, prevenção à lavagem de dinheiro, governança, transparência e segurança da informação.

“São medidas que vão reduzir o espaço para golpes e fraudes, especialmente em um mercado ainda novo para muita gente”, reforçou Vivan.


2. Resolução nº 520 – Autorização de funcionamento

Já a Resolução nº 520 define como as SPSAVs poderão ser autorizadas a funcionar.

Ela também atualiza os processos de autorização de outras instituições, como corretoras de câmbio, distribuidoras de valores mobiliários e sociedades corretoras, enfim unificando regras e tornando a transição para o novo modelo mais segura e organizada.

Porém as empresas que já prestam serviços relacionados a ativos virtuais deverão solicitar autorização formal ao Banco Central e cumprir todos os requisitos de segurança, governança e transparência estabelecidos na norma.


3. Resolução nº 521 – Operações de câmbio e capitais internacionais

A Resolução nº 521 trata das operações com ativos virtuais que se relacionam ao mercado de câmbio e capitais internacionais.

A partir de 4 de maio de 2026, as instituições deverão prestar informações ao Banco Central sobre esse tipo de operação, aumentando o controle e a transparência.

Entre as atividades consideradas operações de câmbio estão:

  • Pagamentos ou transferências internacionais com ativos virtuais;
  • Transferências para carteiras autocustodiadas (wallets privadas);
  • Compra, venda ou troca de ativos virtuais referenciados em moedas fiduciárias;
  • Uso de criptoativos para pagamentos internacionais via cartão ou outros meios eletrônicos.

Há também limites:

  • As SPSAVs podem atuar no mercado de câmbio, mas não podem operar com moedas em espécie (reais ou estrangeiras).
  • O valor máximo por operação com ativos virtuais, quando a contraparte não for uma instituição autorizada, será de US$ 100 mil.

O objetivo, segundo o BC, é garantir maior eficiência e segurança jurídica, ou seja, evitando arbitragens regulatórias e protegendo as estatísticas nacionais de distorções causadas por operações mal registradas.


O que muda para investidores e para o mercado

Para quem investe em moedas digitais e criptomoedas, as novas regras significam mais segurança e credibilidade. Até agora, muitos brasileiros operavam em plataformas estrangeiras ou em empresas sem regulamentação local.

Além disso, a medida reduz o risco de golpes e esquemas fraudulentos, comuns em um mercado ainda jovem e pouco fiscalizado.

Para o sistema financeiro, a regulamentação cria um ambiente de inovação controlada, onde é possível testar novas tecnologias — como blockchain, DeFi e tokens — sem comprometer a estabilidade do mercado.

Em resumo, o BC busca estimular o crescimento do setor de criptoativos, mas com regras claras e responsabilidade.


Quando as regras começam a valer?

As três resoluções entram em vigor em 2 de fevereiro de 2026, com algumas obrigações passando a valer a partir de 4 de maio de 2026.

Até lá, o Banco Central continuará dialogando com o mercado, instituições financeiras e empresas de tecnologia para ajustar detalhes e garantir uma transição suave para o novo modelo.


O Brasil no cenário global das criptomoedas

Com essa regulamentação, o Brasil se posiciona entre os países mais avançados na criação de um arcabouço legal para criptoativos.

Enquanto muitas nações ainda discutem como lidar com as criptomoedas, o país dá um passo firme para garantir que a inovação ande junto com a segurança jurídica.

Isso atrai investimentos estrangeiros, fortalece o ecossistema fintech nacional e coloca o Brasil como referência em governança financeira digital.


Conclusão: o futuro dos criptoativos está cada vez mais sólido

O movimento do Banco Central regulamenta mercado de criptoativos mostra que o Brasil está preparado para entrar em uma nova era de inovação financeira, mas sem abrir mão da proteção aos usuários e da integridade do sistema financeiro.

Para investidores, empresas e consumidores, essa mudança representa confiança, transparência e oportunidades.

O desafio agora é acompanhar as novas regras, se adaptar e aproveitar o melhor que o mundo dos ativos digitais pode oferecer.

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Compartilhe com quem investe em criptomoedas e quer entender o que muda com as novas regras do Banco Central.

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FAQ – Banco Central regulamenta mercado de criptoativos

O que significa o Banco Central regulamentar o mercado de criptoativos?

Quando o Banco Central regulamenta o mercado de criptoativos, ele cria regras oficiais para o funcionamento de empresas e plataformas que operam com criptomoedas no Brasil.
Isso garante maior segurança jurídica, transparência e proteção aos investidores, reduzindo riscos de fraudes e lavagem de dinheiro.

O que são as SPSAVs criadas pelo Banco Central?

As SPSAVs (Sociedades Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais) são novas empresas autorizadas a atuar com criptoativos sob supervisão do Banco Central.
Elas poderão funcionar como intermediárias, custodiantes ou corretoras de ativos virtuais, mas sempre obedecendo às normas de governança, segurança e transparência.

Quando as novas regras entram em vigor?

As resoluções do Banco Central entram em vigor no dia 2 de fevereiro de 2026.
Já a obrigação de prestar informações ao BC sobre operações internacionais com ativos virtuais passa a valer em 4 de maio de 2026.
Até lá, as instituições devem se adequar às novas normas e solicitar autorização de funcionamento.

Como a regulamentação afeta os investidores em criptomoedas?

Para os investidores, a regulamentação traz mais segurança e credibilidade.
A partir de 2026, apenas empresas autorizadas pelo Banco Central poderão oferecer serviços com criptoativos, o que reduz o risco de golpes e aumenta a proteção ao consumidor.
Além disso, a medida facilita o crescimento sustentável do mercado no Brasil.

O que muda para as corretoras de criptomoedas?

As corretoras de criptomoedas que já atuam no Brasil terão que solicitar autorização formal ao Banco Central para continuar oferecendo seus serviços.
Elas precisarão se adaptar às novas exigências, como controles internos, compliance, segurança da informação e prevenção à lavagem de dinheiro.
Assim, o investidor passa a negociar em um ambiente fiscalizado e confiável.

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Eduardo Santos

É economista e analista de sistemas com ampla experiência no mercado financeiro. Com uma sólida formação acadêmica em economia e expertise em tecnologia, dedica-se a compartilhar conteúdo estratégico e educativo sobre investimentos. Seu objetivo é proporcionar uma abordagem clara e fundamentada para tomar decisões financeiras mais assertivas e confiantes.

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