O Bitcoin (BTC), desde sua criação, vem chamando a atenção de investidores, entusiastas de tecnologia e até aqueles que nunca imaginariam se envolver com o mundo das criptomoedas. Quando ele surgiu, lá no final de 2008, ninguém imaginava o impacto que ele teria no mercado financeiro global. Agora, cerca de 16 anos depois, o preço do Bitcoin disparou impressionantes 179.532.397,37%, conforme dados da plataforma CoinMarketCap. Um crescimento fenomenal que, com certeza, pegou muita gente de surpresa.
Esse aumento no valor do BTC não se deve apenas à popularidade das criptos e ao ingresso de investidores institucionais, mas também a um fator que muitas vezes passa despercebido: a escassez do ativo. Vamos explorar como a limitação do número de Bitcoins no mercado pode afetar seu preço e o que isso significa para quem está pensando em investir.
O que é a Escassez do Bitcoin?
Quando o Bitcoin foi criado por Satoshi Nakamoto, seu design previu que haveria um limite máximo de 21 milhões de moedas. Hoje, já circulam aproximadamente 19,9 milhões de BTC no mercado. Isso significa que apenas cerca de 1 milhão de Bitcoins ainda estão por ser emitidos. No entanto, esse processo de emissão se estenderá por mais de um século, com a previsão de que o último Bitcoin será minerado apenas em 2140.

O motivo de essa emissão se prolongar por mais mais um século está em um mecanismo presente na programação do BTC chamado halving. A palavra vem de “half” — metade, na tradução para o português. Em resumo, o halving reduz pela metade a emissão de novas unidades da criptomoeda a cada quatro anos.
Este evento é crucial para a escassez do Bitcoin, que é um dos aspectos que faz parte do fascinante mundo das moedas digitais. Se você quer entender melhor como as moedas digitais funcionam e o impacto de eventos como o halving, confira nosso artigo completo aqui.
Por exemplo, entre 2009 e 2012, cerca de 7.200 BTC eram produzidos por dia. Porém, após o quarto halving, ocorrido em 2024, esse número caiu para aproximadamente 450 BTC diários. Nos próximos anos, a quantidade emitida será cada vez menor, o que faz do Bitcoin um ativo deflacionário, ou seja, a sua oferta diminui ao longo do tempo, o que tende a aumentar seu valor, caso a demanda se mantenha.
A Lei da oferta e da demanda no mundo das criptos
A escassez de Bitcoin segue o princípio básico da economia: a lei da oferta e demanda. Quanto menor a oferta de um bem e maior a demanda, maior tende a ser o seu preço. No caso do Bitcoin, a oferta limitada e a demanda crescente são dois fatores que podem impulsionar ainda mais o valor da criptomoeda.
Fernando Antônio de Barros Junior, professor da USP, explica que, no longo prazo, a escassez pode, sim, levar a uma valorização. Porém, ele ressalta um ponto fundamental: sem demanda, a escassez por si só não garante preços elevados. Ou seja, o fato de haver poucos Bitcoins no mercado só terá impacto no preço se houver pessoas dispostas a comprá-los.
A demanda pelo Bitcoin
A demanda pelo Bitcoin tem crescido significativamente, especialmente com a entrada de investidores institucionais. Segundo um relatório da K33 Research de agosto de 2025, os grandes investidores aumentaram sua exposição aos ETFs de Bitcoin nos EUA em 64.983 BTC no segundo trimestre deste ano. Mas o que fez com que a participação institucional alcançasse a marca recorde de US$ 33,6 bilhões.
Esse crescimento da demanda institucional tem efeitos positivos no preço, mas também aumenta a volatilidade. Isso ocorre porque os grandes investidores movimentam grandes quantidades de Bitcoin de uma só vez, o que pode afetar o mercado de forma significativa.
José Artur Ribeiro, presidente da Coinext, explica que quando esses grandes players compram e mantêm Bitcoin em seus balanços, a oferta circulante no mercado diminui. O que pode gerar distorções de liquidez e aumentar a volatilidade. No entanto, a lógica da escassez do BTC continua válida, já que a oferta do ativo continua sendo limitada.

A distribuição de Bitcoins
Apesar do grande crescimento da participação dos investidores institucionais, a distribuição de Bitcoin entre as carteiras é bastante pulverizada. De acordo com dados do BitInfoCharts, quase 50 milhões de endereços de carteiras de Bitcoin contêm menos de US$ 1 em BTC. Já cerca de 24 milhões de carteiras possuem mais de US$ 100, enquanto 13 milhões superam os US$ 1.000.
No outro extremo, as carteiras mais ricas em Bitcoin são bem menos numerosas: cerca de 1,1 milhão de endereços possuem mais de US$ 100 mil em BTC, apenas 166 mil carteiras têm mais de US$ 1 milhão, e apenas 21 mil carteiras contêm mais de US$ 10 milhões.
O Bitcoin como moeda ou reserva de valor?
Originalmente, o objetivo de Satoshi Nakamoto ao criar o Bitcoin era que ele fosse usado como uma moeda digital para transações entre indivíduos, sem a necessidade de intermediários como bancos ou governos. No entanto, a escassez do BTC pode acabar dificultando essa função.
O professor Fernando Barros Junior alerta que, devido à expectativa de valorização do Bitcoin no futuro, muitas pessoas preferem reter suas moedas, em vez de usá-las para transações cotidianas. Isso limita a circulação do Bitcoin e favorece seu papel como ativo especulativo ou reserva de valor, muito semelhante ao ouro.
José Artur Ribeiro, por sua vez, destaca que as stablecoins, criptomoedas atreladas a ativos como o dólar ou euro, acabam cumprindo melhor o papel de meio de troca, pois são mais estáveis em termos de preço, enquanto o Bitcoin segue sendo mais utilizado como um ativo de proteção ou investimento.

FAQ – Escassez do Bitcoin
A escassez de Bitcoin se refere ao limite máximo de 21 milhões de unidades que podem ser emitidas ao longo do tempo. Esse número é determinado pelo criador da criptomoeda, Satoshi Nakamoto, e é uma das principais características que tornam o Bitcoin um ativo deflacionário, ou seja, com uma oferta limitada, o que pode influenciar seu preço a longo prazo.
O halving é um evento que ocorre a cada quatro anos, reduzindo pela metade a recompensa paga aos mineradores que validam as transações. Isso diminui a emissão de novos Bitcoins, tornando o processo de criação mais escasso e, teoricamente, aumentando o valor do Bitcoin devido à menor oferta. O último halving ocorreu em 2024, e o próximo está previsto para 2028.
Sim, a escassez de Bitcoin tem o potencial de aumentar seu preço. De acordo com a teoria econômica da oferta e demanda, quanto menor a oferta de um ativo e maior a demanda, maior tende a ser o seu valor. O Bitcoin tem uma oferta limitada, e à medida que a demanda aumenta, especialmente com a adoção por investidores institucionais, o preço tende a subir.
A demanda de investidores institucionais tem um impacto significativo no preço do Bitcoin. Com grandes compras por empresas e fundos de investimento, a quantidade disponível de Bitcoin para negociação no mercado diminui, o que pode aumentar a volatilidade. Além disso, a entrada de grandes players pode atrair mais investidores individuais, aumentando ainda mais a demanda e o preço da criptomoeda.
Conclusão: O impacto da escassez no preço do Bitcoin
O Bitcoin está longe de acabar, mas a sua escassez é um fator chave para entender a dinâmica de valorização da criptomoeda. A cada halving, a emissão de novas moedas diminui, o que, com o tempo, deve aumentar a pressão sobre a oferta do BTC. Isso pode resultar em uma valorização contínua do ativo, principalmente se a demanda por Bitcoin seguir crescendo.
No entanto, é importante lembrar que a escassez por si só não é garantia de aumento de preço. A demanda precisa continuar forte, e a liquidez do mercado também deve ser gerenciada com cautela, já que a volatilidade também é uma característica importante do Bitcoin.
Se você está pensando em investir, é essencial entender como a escassez e a demanda podem influenciar o mercado de Bitcoin nos próximos anos, especialmente com a entrada crescente de grandes investidores. Fique atento, pois o futuro do BTC pode ser ainda mais interessante do que o passado!
Aviso importante. As informações apresentadas neste artigo são para fins educativos e informativos apenas. O mercado de criptomoedas e moedas digitais envolve riscos e volatilidade, e os leitores devem realizar sua própria pesquisa antes de tomar qualquer decisão de investimento.
Carteira Valorizada não oferece aconselhamento financeiro e não se responsabiliza por perdas financeiras decorrentes de decisões tomadas com base nas informações aqui apresentadas. Consulte um profissional financeiro qualificado para orientações personalizadas.
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