Surpresa: a atualização completada em 15 de setembro de 2022 reduziu o consumo energético da rede em cerca de 99,9%.
Essa mudança trocou o antigo modelo por um novo sistema de validação baseado em staking. Em vez de focar em poder computacional, a rede passou a depender de participação econômica para confirmar blocos.
Você não precisou fazer nada quando a Bellatrix ativou a Beacon Chain em 6 de setembro. Seus tokens e carteiras continuaram intactos.
O processo agora confirma blocos em cerca de 12 segundos. O impacto mais visível foi na eficiência energética; o efeito sobre taxas e valor da moeda é gradual e ligado a menor emissão e às queimas de taxa (EIP-1559).
Nas próximas seções, vamos explicar em português claro como essa atualização altera a dinâmica técnica, o papel dos usuários e as oportunidades reais no mercado de criptomoedas.
Principais pontos
- Redução energética: ~99,9% desde 15 de setembro de 2022.
- Validação: agora feita por staking, não por máquinas.
- Compatibilidade: tokens e carteiras mantidos; usuários sem ação.
- Tempo de bloco: ~12 segundos, com impacto discreto em desempenho.
- Valor: influência gradual via menor emissão e EIP-1559.
Merge da rede Ethereum: o que foi unificado e por que isso importa
A fusão reuniu duas camadas da rede para criar um único consenso mais eficiente.
Beacon Chain e a “fusão” com a rede principal
A Beacon Chain, lançada em 2020, já operava em prova participação. Ela foi conectada à cadeia principal sem interromper transações nem perder dados.
Essa união permitiu migrar o mecanismo baseado em prova trabalho para um desenho que privilegia seleção econômica para validação. O histórico, contratos e tokens ficaram intactos para você e para aplicações.
Do planejamento à execução em setembro de 2022
O plano foi testado exaustivamente em testnets e lançado em duas etapas públicas: Bellatrix em 6/9/2022 e a fusão final em 15/9/2022.
Especialistas estimam redução de ~99,9% no consumo de energia da rede. Para você, usuário comum, a experiência no curto prazo permaneceu parecida, enquanto o mundo das criptomoedas observa mudanças em segurança e emissão da moeda.
- Sem passos manuais para usuários.
- Desenvolvedores e exchanges acompanharam a atualização para minimizar riscos.
Como funciona a mineração de Ethereum após o merge
Hoje, garantir consenso na rede se dá por quem deposita stake, não por quem tem maior poder de hardware.
Do fim do Proof of Work ao início do Proof of Stake
Com a atualização, a antiga prova trabalho foi substituída por prova participação. Isso eliminou a corrida por poder computacional.
Staking de 32 ETH: como você se torna validador
Para operar um validador, você precisa depositar 32 ETH no contrato de staking e manter o nó online.
- Passos: depósito de 32 ETH, instalar clientes e garantir alta disponibilidade.
- Recompensa: retorno anual estimado entre 5% e 10%, mais parte das taxas.
Como a validação de blocos ocorre a cada ~12 segundos
O protocolo seleciona validadores para propor e atestar blocos em ciclos curtos. Assim, a validação de transações e blocos acontece em cerca de 12 segundos, mantendo a continuidade do livro-razão.
Penalidades e slashing: o que acontece se você falhar
Quedas de conexão geram penalidades que reduzem sua recompensa. Erros graves ou comportamento malicioso podem levar a slashing, com perda de parte do depósito.
Boas práticas: gestão de chaves, redundância e monitoramento para proteger seu validador.
Proof of Work vs. Proof of Stake: mudanças no processo, energia e segurança
A atualização redesenhou o processo de seleção de validadores, privilegiando participação sobre cálculo.
Consumo de energia: desenvolvedores estimam queda de ~99,9% no consumo da rede. Isso eliminou a necessidade de grandes fazendas de mineração e reduziu drasticamente a demanda por poder computacional.
Segurança e descentralização
No PoW, a segurança vem da corrida por trabalho: quem tem hardware protege a cadeia com hash power.
No PoS, ataques ficam caros porque você precisa comprometer saldo; há incentivos e penalidades para alinhar comportamento.
- PoW mostra resiliência histórica, mas consome muita energia.
- PoS reduz pegada ambiental e muda os vetores de concentração — agora custam grandes detentores ou serviços centralizados.
“A escolha entre eficiência, segurança e descentralização envolve trade-offs claros.”
Você deve avaliar riscos e benefícios: a fusão trouxe ganhos energéticos e um novo desenho econômico, mas escalabilidade real ainda depende de outras soluções e da diversidade de operadores.
O que muda para mineradores e usuários no Brasil
No Brasil, a atualização mudou a rotina de quem até então lucrava com rigs e GPUs.
Para mineradores, o fim do algoritmo Ethash para ETH significa escolha: redirecionar hardware para outras moedas PoW ou migrar para participação via stake.
Mineradores: migração, alternativas e fim do Ethash
Você, minerador, verá que o Ethash terminou para o ETH. Muitas operações optaram por trocar para outras moedas PoW.
Outras rotas incluem staking próprio, ingressar em pools ou usar staking líquido como Lido. Corretoras locais também oferecem opções de delegação.

Usuários: carteiras, tokens ERC-20 e operações em corretoras
Usuários comuns não precisaram agir durante a atualização. Suas carteiras e tokens ERC-20 seguiram compatíveis.
Exchanges chegaram a suspender saques por precaução. Essas pausas foram temporárias e visaram segurança do processo.
Boas práticas em momentos de atualização e migração
- Evite transações críticas durante janelas de atualização.
- Cheque comunicados oficiais da sua corretora antes de mover fundos.
- Verifique endereços e rede na sua carteira; isso reduz riscos.
- Compare prazos, custos e liquidez antes de escolher staking ou venda de hardware.
“A adaptação do mercado brasileiro foi rápida; sua prioridade deve ser segurança e informação.”
Staking na prática: formas de participar da validação
Entrar no processo de validação pode ser feito de várias maneiras, cada uma com trade-offs claros.
Operar um nó próprio
Para ser um validador você precisa depositar 32 ETH, rodar clientes de execução e consenso e garantir alta disponibilidade. Hardware estável e monitoramento constante reduzem risco de penalidades.
Pools, staking líquido e exchanges
Se não tem 32 ETH, há pools e serviços como Lido que emitem tokens representativos. Exchanges também oferecem staking para usuários que preferem conveniência em vez de operar infraestrutura.
Riscos operacionais
Downtime diminui recompensa e comportamento errado pode causar slashing. Proteja chaves, use backups offline e separe máquinas de validação das chaves frias.
| Forma | Autonomia | Risco | Liquidez |
|---|---|---|---|
| Nós próprios | Alta | Operacional e slashing | Baixa |
| Pools / Lido | Média | Custódia do serviço | Alta (tokens) |
| Exchanges | Baixa | Risco de custódia | Média |
Compare cada forma conforme seu perfil. A atualização abriu novas opções de participação na rede, com diferentes custos e níveis de responsabilidade.
Impactos econômicos: emissão, recompensas e preço do ETH
A transição trouxe impacto imediato sobre emissão anual e sobre como validadores recebem recompensa. Após o evento, a emissão caiu significativamente; estudos citam redução próxima a 90% no total por ano.

Recompensas menores no PoS
No novo processo, validadores ganham menos que em modelos anteriores. Parte do retorno vem das taxas de prioridade pagas em transações, além das recompensas base.
Oferta e queima de taxas
O EIP-1559 queima a taxa base desde 2021. Com menor emissão e queimas constantes, a oferta líquida tende a cair quando a rede tiver uso intenso.
Curto vs. longo prazo
No curto prazo, houve volatilidade e risco de movimentos como short squeeze. Mas, no longo prazo, fundamentos se fortalecem com menos emissão e uso contínuo da rede.
“Menos emissão não garante alta imediata, mas melhora o caso de uso e a narrativa sustentável.”
- Menor emissão e queima podem gerar pressão deflacionária.
- Retornos de staking variam durante o ano conforme participação total.
- Economia de energia melhora a percepção do ativo no mercado.
Forks pós-Merge e o ETHW: o que você pode receber
Logo após a atualização, mineradores dissidentes lançaram um fork PoW conhecido como ETHW.
Como nascem forks
Forks surgem quando operadores discordam do novo consenso e iniciam uma cadeia paralela que mantém mineração por hash. Muitos anunciaram distribuição 1:1 de tokens para titulares existentes. Se sua carteira ou exchange oferecer suporte, o novo ativo pode aparecer automaticamente.
Suporte de exchanges e impacto no mercado
Plataformas como Poloniex, Bitfinex e Binance confirmaram suporte inicial; Coinbase avaliou a possibilidade. Esse acolhimento afeta liquidez e preço no curto prazo.
Ecossistema e sustentabilidade
Sem migração de dApps, stablecoins e oráculos, um fork tende a ter vida curta. O valor real depende de quem adopta a nova rede e cria casos de uso.
- Siga comunicados oficiais da sua corretora antes de mover fundos.
- Cheque dados da plataforma e critérios para receber tokens.
- Entenda riscos: golpes com endereços, replay e volatilidade.
“Suportes temporários não garantem valor no longo prazo; adoção define destino.”
Se pensar em negociar ETHW, proceda com cautela. A negociação pode ser tentadora, mas falta de ecossistema e baixa liquidez elevam riscos para o usuário.
Performance e taxas: o que não mudou e o que vem no roadmap
Resumo: a atualização trouxe ganhos modestos em eficiência, mas o grande salto exige fases futuras do plano técnico.
Tempo de bloco e velocidade: ganhos pontuais
O tempo médio entre blocos caiu de cerca de 13s para aproximadamente 12s. É um ganho real, porém discreto.
Esse ajuste melhora latência em situações comuns, sem alterar o throughput da rede.

Taxas de rede e o papel do sharding no médio prazo
As taxas não caíram com a atualização porque procura e espaço em blocos seguem dominando o preço. Sharding, planejado no roadmap, criará faixas paralelas para processar mais transações. Isso pode reduzir tarifas no futuro.
- Ganhos pontuais: menor latência, otimizações de clientes e camadas 2.
- Escala real: depende de sharding e atualizações posteriores.
- Operação: consumo migrou para validadores; throughput não aumentou magicamente.
| Métrica | Situação atual | Expectativa |
|---|---|---|
| Tempo | ~12 segundos | Estável, com pequenas melhorias |
| Blocos | Produção contínua | Paralelização via sharding |
| Rede | Taxas variáveis | Menor custo com sharding e L2 |
“Planeje suas transações: aproveite janelas de menor demanda até que o sharding esteja em produção.”
Conclusão
A fusão marcou o início de uma era marcada por staking e menor consumo energético na rede. A atualização trocou prova trabalho por prova participação, mudando como recompensas e segurança são distribuídas.
No curto prazo, taxas e velocidade não tiveram milagres; no longo prazo, o roadmap e a queima de taxas podem reforçar valor e preço entre os criptoativos.
Como usuário, suas carteira e tokens seguem válidos. Se considerar ser validador, pese riscos operacionais, alternativas como pools e staking líquido, e custos de custódia.
O mercado ficará volátil. Forks podem gerar ativos extras, mas sua sustentabilidade depende de adoção. Mantenha-se informado, acompanhe dados e priorize segurança no plano para os próximos anos.








